domingo, 11 de setembro de 2011

MEU PRIMEIRO ECOLOGISTA.

O primeiro ecologista que conheci foi meu pai, em uma época que eu nem ouvia se falar de ecologia, meio ambiente, cuidado com as arvores e com os animais, onde todos os meninos costumavam caçar ao redor de casa todo o tipo de pássaros e animais pequenos, eram costumes dos pais irem fazer caçadas onde traziam grandes quantidades de sabiás, pombas, codornas, porco do mato, anta, capivaras e tantos outros animais e se fazia festa e preparava-se uma boa polenta e todos comiam e combinavam outras caçadas e era muito interessante escutar aquelas histórias e os pequenos cresciam no costume herdado de geração em geração sem uma preocupação com o meio ambiente, com os pássaros com as arvores e tudo que envolve um eco-sistema bem controlado.
Cortar arvore era muito comum, estava estorvando cortava, estava na frente incomodando corta, assim foram dizimando as arvores nativas sem contar com a voracidade das madeireiras que com o alucinante objetivo de ganhar dinheiro desmatou grandes áreas de terra assim como a agropecuária, mineradoras etc.
Meu pai um mecânico com seu estudo somente até o 3º primário na época já me dizia que tínhamos que cuidar das arvores e dos animais assim como cuidar do lixo, eu achava meu pai meio maluco, pois ninguém que eu conhecia fazia assim, o lixo quase todos jogavam no mato em terreno baldio, arvores eram cortada a todo tempo pássaros eram apreendidos em gaiolas e mortos com estilingue ou cetras bodoques e espingardas.
Meu pai José Gomes dos Santos realmente era estranho, pois uma vez tinha na mira da espingarda um enorme sabiá e olhou para mim e disse não posso atirar assim em um animal tão lindo, é ele tinha uma das melhores espingardas do meu tempo e nunca matou um animal sequer a não ser ratazanas no quintal. O lixo ele enterrava os orgânicos e queimavam os outros, não tinha muito plástico as embalagens eram na maioria papelão ou mesmo jornais era usado para iniciar o fogo no fogão a lenha e churrasqueira.
Uma vez veio a noticia que a prefeitura iria alargar a ruela que passava enfrente de casa e iria pegar em cima de algumas arvores que meu pai adorava, o que ele fez, transplantou as arvores de lugar, trabalhamos o sábado e domingo inteiro, lembro bem era domingo de eleição veio alguns amigos dele lá em casa e todos diziam; Juca, você é doido corta estas arvores e joga fora, tem tanta arvore aqui na Campina do Siqueira e você vai transplantar de lugar?
Pois, o tempo passou, meu pai envelheceu, eu cresci, hoje vejo que ele estava certo, temos que cuidar do meio ambiente.



























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